Desenvolver um dispositivo mecânico com LEGO que possa se locomover sem usar rodas ou esteiras para percorrer uma trajetória em L de 15 cm de lado em um tempo menor que 2 minutos.
Queríamos fazer um robô utilizando apenas o motor do LEGO como fonte de tração. Então, como primeiro desafio, tivemos que propor uma forma de realizar curvas apenas manipulando as engrenagens.
O Diferencial
O diferencial tem duas funções:
As rodas dos carros giram a velocidades diferentes, especialmente ao fazer curvas. Por isso existe a necessidade do diferencial, já que cada roda percorre uma distância diferente ao fazer a curva, e que as rodas internas percorrem uma distância menor, enquanto que as de fora viajam uma distância maior. Visto que a velocidade é igual à distância percorrida dividida pelo tempo gasto para percorrer, as rodas que percorrem uma distância menor giram a uma velocidade menor. Note também que as rodas dianteiras percorrem uma distância diferente das traseiras. O mesmo se aplica às “pernas do robô”, ou seja, se elas não possuíssem um diferencial, seriam ligadas uma à outra, forçadas a girar na mesma velocidade. Isso dificultaria fazer curvas aumentando o esforço no motor para que pudesse realizá-las, além do fato de que uma das pernas teria que patinar para efetuar a curva. Assim, todos os protótipos a seguir utilizaram diferenciais em sua composição.
A peça que funcionou como diferencial no nosso projeto possui o seguinte mecanismo. Quando tracionado a partir da engrenagem maior os dois lados giram no mesmo sentido. Caso a engrenagem maior trave, os dois lados passam a girar em sentido oposto. No nosso caso, utilizamos a engrenagem maior ligada diretamente ao motor. A peça então foi útil para que fosse possível travar um dos lados do robô mantendo o outro lado girando, princípio pelo qual o robô mudará sua direção.
Inicialmente projetamos “Zé Bob”, um robô quadrúpede simpático que teria a capacidade de caminhar em linha reta e, quando um comando fosse acionado, travaria uma das suas laterais e, a partir do diferencial, apenas as patas do outro lado funcionariam, fazendo com que o robô curvasse.
Já na fase inicial percebemos que o pobre robô era incapaz de:
O problema do atrito apareceu sob duas formas:
Fizemos várias tentativas diferentes para resolver o problema: testar os diferentes movimentos de pernas, mudar o atrito, alterar a velocidade. Mas no final concluímos que o ambicioso “Zé Bob” tinha talento apenas para ser um simples boi de rodeio. Mas no meio de tanta frustração extraímos a chave para a solução dos nossos problemas.
Surgiu Arma X, um robô ambicioso e nada simpático capaz de andar em quase todo tipo de superfície plana, além de ser capaz de se curvar para qualquer direção.
Arma X mistura o processo elétrico do motor com um processo pneumático para realizar seus movimentos. O princípio do movimento é o mesmo adotado para o robô Zé Bob, ou seja, um diferencial divide a rotação do motor separadamente entre os dois lados do robô. Para se curvar, um dos lados deve ser travado enquanto o outro lado continua seu movimento. Dessa forma o robô muda sua direção.
As diferenças aparecem na física do Arma X. Ao invés de quatro patas, esse robô possui uma placa de cada lado. As placas funcionam como braços e o movimento se assemelha ao movimento de natação, ou seja, os braços se movimentam e puxam o resto do corpo.
O processo pneumático entra no travamento de algum lado do robô. Os pistões se movimentam através de um mecanismo similar a uma bomba de ar, a qual é movida manualmente. Através de um chaveamento, pode-se expandir ou contrair o pistão. Esse movimento de expansão trava as engrenagens que movimentam o robô, enquanto sua contração destrava. Dois desses mecanismos foram inseridos no robô, cada um responsável pelo travamento de um lado.
Fizemos o travamento da estrutura do robô para garantir robustez em qualquer terreno.