====== A robótica entra em campo na UFMG ====== Na próxima sexta-feira, dia 24, no Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais, duas equipes - UAI e Samba -, disputam um campeonato de futebol inusitado, mas bem representativo dos tempos de aceleração do desenvolvimento tecnológico. Os três jogadores de cada time são robôs de dimensões de um cubo de 7,5 centímetros, que vão disputar o jogo em campo de 130 por 90 centímetros. Além de disputar o título de campeão mineiro, as duas equipes participam, na semana seguinte de um campeonato nacional, onde estarão representantes de diversas universidades do País. Paralelamente à Copa do Mundo, no início de julho, robôs brasileiros vão participar de um torneio mundial, em que o Brasil espera obter um bom desempenho. Para o cidadão comum, disputas entre robôs podem parecer mera curiosidade, ou excesso de tempo disponível de estudantes e cientistas para o desenvolvimento de atividades de lazer, particularmente em mais um momento de greve das unidades federais. Para as escolas e universidades envolvidas, cada uma das partidas disputadas é uma chance de resolver um dos problemas fundamentais da robótica, a ciência dedicada ao desenvolvimento dos robôs: como obter a cooperação entre os equipamentos. A torcida, formada por alunos e especialistas em ciência da computação, engenharia elétrica e mecânica, vai comemorar cada vez que um robô passar a bola para o "companheiro" de time, para que este marque o gol. "O interesse de alguns setores pelo desenvolvimento da interação entre as máquinas é muito grande", afirma o professor-adjunto do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais, Mário Fernando Montenegro Campos. A robótica pretende desenvolver robôs autônomos e capazes de interagir para alcançar objetivos específicos. Enquanto as atuais máquinas são capazes de efetuar tarefas, no futuro eles estariam capacitados para o desenvolvimento de missões. Na exploração de petróleo em águas profundas, por exemplo, eles poderão ser aplicados para tarefas às quais o homem não tem acesso. O desenvolvimento de máquinas autônomas já é uma realidade em laboratórios. A aplicação deste tipo de equipamento em atividades produtivas ainda demandará cerca de cinco anos. A existência de dois times da UFMG é, segundo o professor Mário Campos, uma comprovação dos resultados já conseguidos pela universidade. "Somos a única instituição a ter dois times", destaca o professor, ressaltando que para o desenvolvimento dos projetos, que envolve 12 alunos e três outros professores, estão sendo investidos cerca de R$20 mil, em recursos próprios do Departamento de Computação e patrocínio da Engetron, empresa fabricante de no-breaks. //Jornal: Gazeta Mercantil - Caderno Belo Horizonte//\\ //Autor: Carlos Plácido Teixeira//